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  • Foto do escritorAryanne Soares

O Picolino (1935)


Este filme é o quarto dos nove musicais que Fred Astaire e Ginger Rogers realizaram juntos para a RKO, sendo considerado por unanimidade o melhor deles. A trama, como sempre, é esquecível - um enredo insosso sobre troca de identidade que se arrasta de forma quase interminável - , porém, os demais elementos se combinam à perfeição. Temos um elenco coadjuvante de comediantes veteranos: Edward Everett Horton, irrequieto e lançando olhares de surpresa de modo quase frenético; Erik Rhodes como um vaidoso e cômico italiano; e Helen Broderick, alegremente imperturbável como a esposa de Horton. Os formidáveis cenários brancos, estilo art déco, de Van Nest Polglase são um banquete para os olhos, assim como as canções de Irving Berlin o são para os ouvidos. Mas, acima de tudo, estão Fred e Ginger, coreografados de forma magnifica por Hermes Pan: a química dos dois a essa altura transformada na mais sublime expressão de movimento como êxtase.


Mas é claro que nada poderia ser tão perfeito quanto parece. Houve problemas com o roteiro: Astaire sentiu que estava sendo retratado como "um jovem censurável sem charme elegância ou humor" e exigiu que o filme fosse reescrito. Seu perfeccionismo deixou Rogers esgotada, não pela primeira vez, e ele ficou furioso com o vestido azul de pernas de avestruz que ela desenhou para o número "Cheek to cheek". Penas voavam para todos os lados, entrando em sua boca e seu nariz, ao passo que a roupa em si (afirmou Astaire) fazia Rogers parecer "uma galinha atacada por um coiote".


Contudo, não há o menor sinal desses contratempos na tela. Astaire, como sempre, faz com que tudo pareça facílimo. A sintonia perfeita de Fred e Ginger ("Ele lhe dá classe, ela lhe dá sensualidade", comentaria Katherine Hepburn) já os havia tornado bilheteria garantida. O Picolino foi o maior sucesso comercial da década para a RKO.


Fonte: Tudo Sobre Cinema

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