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  • Foto do escritorAryanne Soares

O Atalante (1934)


O primeiro e único longa metragem de Jean Vigo é amplamente considerado uma das obras-primas do cinema. Trata-se de uma investigação mundana, tangível e de um romantismo arrebatador daquele período crucial de amadurecimento afetivo que ocorre logo após o casamento. O enredo é simples, mas possui uma textura e uma riqueza de detalhes palpitantes: a Juliette provinciana, de olhos inocentes, de Dita Parlo casa-se (de forma precipitada, ao que parece) com o capitão de um pequeno barco e, ao fazê-lo, concorda em se juntar a ele e seu adoravelmente excêntrico imediato Pères Jules (Michael Simon) em O Atalante, a embarcação caindo aos pedaços. Seu destino: Le Havre, via Paris.


A princípio, Jean e Juliette não se entendem muito bem, uma vez que nenhum dos dois parece seguro quanto as convenções da vida em casal. A presença de Pères Jules é fundamental para ajudar os recém-casados a aplacar suas vidas iniciais. Sua cabine é repleta de quinquilharia das viagens que fez (incluindo uma mão humana em um jarro) e seu corpo, coberto de tatuagens: ele representa a simplicidade, a experiência, o humor, a responsabilidade e o conhecimento de mundo que Jean e Juliette almejam saber.


O Atalante sugere, de modo comovente, que o amor não deve abraçar apenas o ser físico, mas incluir também a aceitação de todo o mundo de uma pessoa, mesmo que esse mundo seja uma barcaça habitada por gatos vira-latas e um velho sábio lobo do mar. Viro era um diretor que possuía uma fé inabalável no lirismo de suas imagens - e o uso sensual de sobreposições, a montagem, os movimentos de câmera, os enquadramentos, a direção de atores e os efeitos especiais esporádicos lhe permitiam imprimir na película seus conceitos de amor, expressão artística e independência. Ele morreu de tuberculose logo após a finalização do filme em 1934, à tenra idade de 29 anos.


Fonte: Tudo sobre Cinema


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