Monstros, de Tod Browning, um dos files ais chocantes e bizarros já produzidos por um grande estúdio hollywoodiano, atira para dois lados radicalmente diferentes ao mesmo tempo. ele é tanto um filme assumidamente apelativo (anunciado como "a mais assustadora história de terror sobre os anormais e indesejáveis"), quanto uma obra que trata seus protagonistas disformes com considerável sensibilidade.
A intenção da MGM foi clara desde o início: "Quero que façam algo mais apavorante do que Frankenstein", teria dito o executivo do estúdio Irving Thalberg aos realizadores, ciente do sucesso que a Universal acabara de obter com seu filme estreado por Boris Karloff, Browning havia dirigido Drácula para a Universal e, embora possuísse uma sensibilidade mórbida e estranha, tinha uma relação forte e clara de empatia com seus personagens. Os maiores astros da MGM não quiseram se envolver com um filme desse tipo.Myrna Loy, originalmente escalada como Cleópatra, a trapezista, implorou aos chefes do estúdio que as dispensasse do papel. Ela foi substituída por Olga Baclanova.
A ação se passa em um circo itinerante repleto de palhaços, acrobatas e "aberrações". Hans (Harry Earles), um anão elegante, acaba de herdar uma fortuna. Cleópatra tenta arruinar a relação dele com sua noiva Frieda (Daisy Earles), ao mesmo tempo que tem um caso com Hércules (Henry Victor), o Homem-Músculos da trupe. Ela tenta envenenar Hans, mas é pega do ato - e as aberrações executam uma vingança terrível. O Homem_Músculos é morto a facadas e Cleópatra é transformada em uma galinha com cabeça de gente.
O filme se mostrou violento demais para muitos espectadores. Após algumas exibições prévias e desastrosas, ele foi duramente editado. Mesmo assim, foi recebido com hostilidade. Foi somente com a chegada dos anos 60 e da era da contracultura que ele alcançou seu atual estado de cult.
Fonte: Tudo Sobre Cinema
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