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  • Foto do escritorAryanne Soares

Frankenstein (1931)


Em um momento que impressiona até hoje, depois da clamorosa cena no laboratório, o Monstro (Boris Karloff) finalmente surge na tela, andando de costa - o espectador vê primeiro a parte de trás de sua cabeça achatada e, então, é brindado com closes progressivos da maquiagem extraordinária de Jack P. Pierce aplicada ao rosto de olho tristes do ator anglo-indiano. Esse monstro, ao mesmo tempo criança e fera, anseia pela luz do sol, que tenta tocar com a mão, mas descobre a crueldade e a malícia ao ser chicoteado por Fritz (Dwight Frye), o assistente deformado de Frankenstein.


Como Drácula (1931), dirigido por Tod Browning, o filme de James Whale é menos uma adaptação do romance que lhe deu origem e mais uma fantasia baseada em seus temas - com a obra de Mary Shelley diluída em diversas versões teatrais (e de cinema mudo) e nos elementos de O Golem (1915) e do faustiano The Magician (O mágico, 1926). passado em uma região peculiar da Europa central, digna de uma ópera-bufa, com camponeses do século XIX usando trajes passeio de 1931, o filme é uma história de ambição desmedida, com um Colin Clive febril interpretando o cientista louco como um visionário que é convencido por seus amigos e colegas a tentar destruir sua criação. Whale, até então conhecido por seus filmes de guerra, veste o monstro com o jaquetão sujo e os coturnos de um ex-combatente desfigurado, mas aponta constantemente sua câmera para a agonia nos olhos de Karloff (em parte causada por ter que usar esse figurino debaixo de holofotes e do sol da Califórnia).


Por geração a fio, este foi o filme de terror definitivo, precursor de um legado cultural que engloba o seriado de tevê Os monstros (1964-1966) - que domestica o monstro original, tranformando-o em Herman Monstro - e O espírito da colmeia (1973), no qual a heroína imagina um encontro mágico com ele.


Fonte: Tudo sobre Cinema

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