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  • Foto do escritorAryanne Soares

Ama-me esta noite (1932)


Meros cinco anos separam Ama-me esta noite de O Cantor de Jazz (1927), porém, a maestria com que o som e imagem são manipulados neste conto de fadas musical fascinante de Roubem Mamoulian mostra quanto o cinema avançara nesse curto período. A trama superficial, digna de uma opereta, de Ama-me esta noite serve de estopim para um fluxo de criatividade visual e sonora que o torna um filme único entre os musicais.


Maurice Courtelin (Maurice Chevalier), um alfaiate parisiense de bom coração decide ir atrás de um cliente aristocrata que deixara de pagar uma conta substancial, seguindo-o até seu châteou. Entre seus familiares, está a princesa Jeanette (Jeanette MacDonald), uma jovem viúva com tendência a desfalecer. Seu pai, o duque, está tentando lhe encontrar um novo marido de posição social adequada. Forçado a se fingir de barão, Maurice ensina à princesa as coisas da vida - "Você sabe muito sobre caça, etiqueta e tradição, mas não sabe nada sobre estilo, charme e amor" - e acabava conquistando seu coração.


Ama-me esta noite se desenrola ao longo de uma série de sequências brilhantes. A abertura traz uma sinfonia de ruídos que transforma os sons do despertar de Paris - um mendigo roncando, o ruído que um gari faz ao varrer a rua, alguém batendo a poeira de um tapete - um prelúdio de musique concretè. A encenação da música "Isn't it romantic?", que passa de um cantor para o outro à medida que acompanha o trajeto desde a loja de Maurice até a sacada da princesa Jeantette, é um tour force; os diálogos se misturam aos versos das canções, e a música e as letras de Rogers e Hart se incorporam de forma orgânica à narrativa. A inteligência e a criatividade da direção de Mamoulian investem Ama-me esta noite dos principais ingredientes do manifesto de Maurice: estilo, charme e amor.


Fonte: Tudo sobre Cinema

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