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  • Foto do escritorAryanne Soares

O Grande Ditador (1940)


Parecia inevitável que em algum momento Charlie Chaplin fosse interpretar Hitler nas telas; os dois haviam nascido com apenas dias de diferença e compartilhavam, em seus rostos, certo traço distintivo. Conforme afirmou o crítico e cineasta Basil Wright: "O erro de Hitler de usar o mesmo bigode que Charlie não deixou escolha ao diretor: ele precisava agarrar aquela maravilhosa oportunidade." O Grande Ditador não envelheceu tão bem se comparado a outros filmes antinazistas da época, como Pastor Hall e Tempestade d'Alma (1940), mas o simples fato de ele existir e os stills de Chaplin a caráter exercerem um fascínio que vai muito além do que aquele conquistado pela película em si.


O filme custou a Chaplin "2 milhões do meu próprio bolso e dois anos de trabalho" em virtude das cartas de ameaça e da pressão do Hays Office e da Unided Artist para que ele desistisse do projeto. Sua estreia, em 15 de outubro de 1940, foi um grande evento, pois se tratava do primeiro filme falado de um dos poucos artistas do cinema considerado capazes de desafiar Hitler na época. O maior destaque do elenco é Henry Daniell, como o arrogante Garbitsch (uma paródia de Goebbels). Apesar (ou talvez por causa) dos desentendimentos com Chaplin no set, suas cenas trazem uma atmosfera de ameaça ausente em todo o restante do filme, como por exemplo, quando ele declara: "Você precisa incitar a raiva do povo. Neste momento, a violência contra os judeus pode fazer as pessoas pararem de pensar em suas próprias barrigas." Mais tarde, Chaplin admitiu: "Se eu soubesse do verdadeiro horror dos campos de concentração alemães, não teria feito O Grande Ditador; não poderia ter feito graça da loucura homicida dos nazistas." Naturalmente, o filme foi proibido na Alemanha, mas o próprio Hitler assistiu duas vezes, sozinho. Não há registro de sua opinião a respeito.


Fonte: Tudo Sobre Cinema

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