Em um jardim ermo o jovem Francis (Friedrich Feher) conta a um homem mais velho neurótico e atormentado os acontecimentos que o traumatizaram.
Algum tempo antes, a cidadezinha de Holstenwall foi visitada pelo Dr. Caligari (Werner Krauss), um charlatão que se apresentava em feiras de variedades com sua maior atração, o vidente sonâmbulo Cesare (Conrad Veidt). Enquanto Caligari apresenta seu número na feira, Cesare faz profecias de morte que mais tarde se concretizam - porque o sinistro showman envia seu escravo-zumbi para cometer os assassinatos que ele prevê. A dupla captura Jane (Lil Dagover), a namorada de Francis, e o herói precisa salvá-la. No fim, descobre-se que Francis é paciente de um manicômio e que sua história não passa de uma fantasia delirante povoada pelos demais internos e pelos funcionários do local.
Os roteiristas Carl Meyer e Hans Janowitz conceberam O gabinete do doutor Caligari como uma denúncia de um mundo louco e hipócrita; os cenários não realísticos, com sombras pintadas e perspectivas distorcidas, eram um estratagema para perturbar os espectadores, Fritz Lang, cogitado para dirigir o filme antes de Robert Wiene assumir a função, criou o enredo-base (semelhante aoque ele usaria em Um retrato de mulher. de 1944) como uma "justificativa" para estética peculiar do filme. Isso fez com que ele se tornasse um exemplo precoce da mistura entre cinema de arte e cinema comercial - uma hora de estranheza rebelde coroada por uma explicação para agradar ao gosto burguês que os roteiristas pretendiam atacar.
Essencial para o desenvolvimento do cinema de imaginação, O gabinete do doutor Caligari inaugurou muitos dos principais elementos do cinema de terror. Sua influência pode ser sentida em filmes que vão desde Os assassinatos da rua Morgue (1932), de Robert Florey (1900-1979), até Os Suspeitos (1995), de Bryan Singer (nascido em 1965).
Fonte: Tudo sobre Cinema
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