Em uma época na qual os Estados Unidos ainda eram neutros e isolacionistas e o país reclamava que Hollywood deixava cineastas estrangeiros fazerem propaganda britânica, Correspondente estrangeiro foi um filme polêmico - embora tivesse cortado a maior parte dos trechos políticos das memórias de Vincent Sheean que o inspiraram e sugerisse que a Segunda Guerra Mundial foi iniciada por tipos sinistros, à la Dr. Mambuse, disfarçados de defensores da paz. Dentro do estilo habitual de Hitchcock, o vilão principal (Herbert Marshall) é um personagem honrado que se sacrifica (em um esboço para Interlúdio, 1946) em prol de sua filha inglesa honesta e patriota (Laraine Day)
O filme começa em agosto de 1939, na sede do (fictício) Daily Globe, mostrando um editos frustrado com os relatórios minguados que chegam de seu correspondente bêbado (Robert Benchley) na Europa. Ele então decide escalar Johnny Jones (Joel McCrea), um repórter policial eficiente, para cobrir todo o continente, rebatizando-o de "Huntley Haverstock" para que o nome em seus artigos soe mais plausível. Embora o fato de a película se passar no "mundo real" a torne mais séria do que thrillers britânios como Os 39 degraus (1935) e A dama oculta (1938), nos quais os vilões são espiões de países sem nome, Hitchcock oferece o mesmo tipo de entretenimento altamente elaborado.
A trama vai de Londres para a Holanda e vice-versa a medida que Jones entra e sai de enrascadas, auxiliado por um jornalista britânico sarcástico e secretamente patriota (George Sanders), e luta contra a dedução óbvia de que a mulher que ele ama está envolvida com a conspiração. Somente um trecho extra, acrescentado meses após o término da produção, transforma este filme em uma propaganda, quando Jones conclama a nação americana ainda relutante para a guerra em uma transmissão de rádio (com o hino dos Estados Unidos tocando ao fundo nos créditos finais).
Fonte: Tudo Sobre Cinema
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