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  • Foto do escritorAryanne Soares

As Oito Vítimas (1949)


Apesar de classificado com uma comédia dos estúdios Ealing, As oito vítimas é completamente diferente dos filmes típicos dessa produtora. As comédias Ealing são agradáveis, quase complacentes, ao passo que a história de humor negro de Robert Hamer sobre um assassino alpinista social é insensível e amoral, As comédias tradicionais do estúdio Ealing são bondosas e simplórias, mas As oito vítimas é fria, irônica e sarcástica. As comédias Ealing tendem ao consenso, com os lados opostos chegano a um acordo pelo bem geral, e o sexo é evitado ou tratado como uma jocosidade envergonhada. As oito Vitimas, porém. é cheio de confrontos e contém várias cenas com uma impressionante carga de erotismo. Se nas comédias tradicionais os criminosos pagam por seus crimes, na parte final deste clássico o calculista Louis Mazzine tem uma boa oportunidade de sair impune.


Robert Hamer, diretor dissidente dos estúdios Ealing, queria contar uma história que "não respeitasse as regras estabelecidas, mas não praticadas, da tradição moral, no qual toda uma família é morta num assassinato em massa". Com John Dighton, seu parceiro na elaboração do roteiro, Hamer criou diálogos cheios de farpas, principalmente no que se refere à insensibilidade na narração de Louis. O retrato que Alec Guinness faz de todo o clã D'Ascoyne o consagrou como um ator cômico de rara versatilidade. Ao seu lado estão Dennis Price, cujo Louis byroniano ancora toa a história, e Joan Greenwood, como Sibella, sua amante manipuladora e sedutora. Em sua curta carreira, Hammer fez alguns filmes interessantemente excêntricos, mas nenhum deles ostenta a segurança e o sarcasmo wildiano de As oito vítimas, a melhor comédia de humor negro que o cinema britânico já produziu.


Fonte: Tudo Sobre Cinema

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