top of page
  • Foto do escritorAryanne Soares

Alma no Lodo (1931)


O filme de gângster precisou do som para emplacar. Os espectadores que haviam crescido com o cinema mudo ficavam perplexos não só por ouvirem os filmes "falarem", mas também por conta dos efeitos sonoros. Alma no Lodo, a primeira película sonora do gênero, tem o ritmo do linguajar agressivo das ruas, do "rá-tá-tá" das submetralhadoras que atiram, das janelas de carros em movimento e do cantar violento dos filmes de gângster anteriores.


O produtor Darryl F. Zanuck fez o seguinte comentário: "todos os outros filmes sobre o submundo tinham um criminoso com um pouco de bondade no coração. Ele se regenerava antes do fim. Mas este sujeito não tem nada de bom. "Alma no lodo é livremente baseado na trama de Macbeth. O bandido Caesar Enrico "Rico" Bandello (Edward G. Robinson, com sua cara de sapo, em um papel que alçou ao estrelato) é ambicioso, torna-se violento, chega ao topo, despenca das alturas e morre na sarjeta. A Warner Bross, adorava histórias tiradas das manchetes de jornal e filmes que mexessem com as plateias. O diretor Mervyn LeRoy, por sua vez, tornou suas cenas tão explosivas e breves quanto uma pirraça de criança.


Como o espancador de mulheres Tom Powers (James Cagney) em Inimigo público (1931) e o brutamontes incestuoso Antonio "Tony" Camote (Paul Muni) em Scarface (1932), Rico não é um ladrãozinho qualquer. Para os padrões da época, ele era um pervertido, com uma paixão homossexual latente por seu ex parceiro Joe Massara (Douglas Fairbanks Jr), que troca o crime pelo estrelato em Hollywood. A intenção era tornar o vilão ainda mais sinistro, porém essa tendência enrustida o humaniza e acrescenta ao personagem o "pouco de bondade" de Zanuck. No entanto, é o carisma e a vida de luxo - e não fundamentos morais - que tornam o gângster de Robinson um dos grandes arquétipos do cinema.


Fonte: Tudo Sobre Cinema

43 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Commentaires


bottom of page