Muitas pessoas por aí acham que atuar é coisa fácil, coisa que qualquer um faz, mas não é bem assim que a banda toca!!
A Atuação envolve talento? Sim! mas muito mais que talento, envolve conhecimento técnico, pesquisa, treinamentos, técnicas específicas para cada tipo de atuação e por aí vai.
Escrevi um artigo recentemente sobre as semelhanças e diferenças no trabalho do ator de cinema e de teatro. Como o artigo é muito grande vou deixar pra vocês um trecho dele.
Espero que este artigo ajude a vocês atores em suas missões ao redor do planeta desvendando personalidades fora de si mesmos. E também espero que ajude vocês que admiram nosso trabalho como atores mas não sabe da missa a metade de tudo que enfrentamos para continuar levando a você um trabalho que gere as mais diversas emoções!
DO TEATRO AO CINEMA: A composição do personagem pelo ator de cinema nas adaptações de obras teatrais para a tela. Uma analise do filme O DEUS DA CARNIFICINA[1]
Por: Aryanne Soares
Resumo
Não é pouco comum o cinema buscar inspiração para suas produções em grandes obras literárias, não obstante disso, parte destas inspirações surgem de obras escritas para o teatro. Com a função de dar vida à palavra escrita, o ator ao longo dos séculos desempenhou sua função no mundo do teatro. Entretanto, nos últimos cem anos houve uma migração deste trabalho do ator para o cinema. Compreendendo que o universo teatral é completamente textual e o universo cinematográfico é primordialmente visual, este artigo pretende a partir dos autores Antônio Candido e Jacqueline Nacache entre outros, investigar as questões da composição do personagem de cinema a partir de um texto teatral. Para auxiliar nesta pesquisa analisaremos estas questões na obra O Deus da Carnificina de Yasmina Reza.
Palavras-chave
Adaptação teatral; narrativa cinematográfica; O Deus da Carnificina; Yasmina Reza, Roman Polanski.
[1] Artigo Científico apresentado ao Curso de Cinema da Universidade Estácio de Sá como TCC, sob orientação do Prof. Me. Luiz Flávio La Luna Di Cola, em novembro de 2018.
Introdução
Tanto o texto teatral quanto o roteiro cinematográfico são escritas bastante distintas porém, em ambas as situações é o ator quem as tira do papel.
Na obra “A personagem de ficção”, Antônio Candido observa que há semelhanças e diferenças ao se comparar literatura, teatro e cinema. Entre as semelhanças tem-se, de maneira clara, a escrita; e entre as diferenças Candido coloca o seguinte ponto: “É que o teatro é integralmente ficção, ao passo que o cinema e a literatura podem servir, através das imagens e palavras, a outros fins”.[i] Segundo o autor, tanto na literatura quanto no cinema são as imagens trazidas no texto que materializam as intenções. A escrita pode ser uma das semelhanças, mas a forma da escrita traz o início das diferenças.
[i] CANDIDO, Antônio. A personagem de Ficção. Editora Perspectiva. São Paulo. P. 15
(CONTINUA..)
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