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  • Foto do escritorAryanne Soares

48 horas (1942)


Certo populismo presente nos filmes de guerra dos estúdios Ealing os distingue de outros filmes britânicos da Segunda Guerra Mundial que não demonstram a mesma deferência aos oficiais, como a que se vê em relação ao capitão naval interpretado por Noël Coward em Nosso Barco, nossa alma (1942). Nas produções dos estúdios Ealing, qualquer pessoa com sotaque polonês é geralmente desleixado, incompetente ou cosa pior, e 48 horas , não é exceção. Esse filme mostra o perigo da rebelião social com um toque de humor negro. Um grupo de soldados chega a uma pacata vila inglesa e é acolhido em um alojamento. A dona de uma mansão convida o oficial que os comanda, um major de boa fama, para jantar. Mas os soldados, que são alemães, vieram para interromper as comunicações, numa ação preparatória para uma invasão. Assim que se revelam, os aldeões assustados instintivamente procuram o nobre local para liderá-los. Mas ele é um traidor em conluio com os invasores e a confiança que o povo depositara nele se prova fatal. Só quando assumem o próprio destino e lutam é que os alemães são derrotados.


O diretor Alberto Cavalcanti incorporou sua influência de documentarista à textura desse filme de suspense, juntamente com com certa tendência a expor uma realidade bruta. Os aldeões ingleses são claramente caricaturais. A princípio convidativos e complacentes, eles acabam por retaliar a invasão com a mesma crueldade que seus outrora algozes. Considerando que o filme foi realizado em 1942, o inquestionável otimismo da obra é impressionante. Os eventos são apresentados em flashback, sendo que o prólogo e o epílogo são narrados pelo representante episcopal (Mervyn Johns). Ele mostra a cova coletiva dos soldados alemães e acrescenta que o incidente foi escondido 'até que a guerra acabasse e Hitler recebesse seu merecido castigo.


Fonte: Tudo Sobre Cinema

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